APRESENTAÇÃO

 

A Web-Revista DISCURSIVIDADE, ESTUDOS LINGUÍSTICOS, na edição no. 18 apresenta uma diversidade de temáticas e áreas diversificadas. Se de um lado pode parecer que haja ausência de algo que os aproxima, do outro, a questão exatamente ter textos que de diversidades teóricas, fato que possibilita um tipo de leitura adversa.

Nesse sentido, nada melhor do que deixar os autores nos apresente algo de suas reflexões:

 

Análise Do Discurso: O Discurso sobre o Profissional Readaptado Dentro das Escolas Municipais de Campo Grande MS - Silvia L. B. D. da Cunha:

 

Esta pesquisa tem por base analisar, pelo discurso, o aumento considerável de solicitações de readaptação de função dos profissionais de educação pertencentes ao quadro dos servidores do regime público municipal da cidade de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Professores esses que deixam as salas de aula, em que eram ministrantes, em turmas de primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental I por questões de saúde. A base desse estudo dar-se-á a partir da Análise do Discurso (AD), com o objetivo de investigar as relações sociais e ideológicas subjacentes aos contextos discursivos desses profissionais da educação.

 

A Instituição Discursiva Escolar e Problemas de Gestão: Entre os Interesses do Mercado e a Autonomia Institucional - Anuncio Martí E Aline S. Chaves:

 

Produto histórico de processos e mudanças econômicas e políticas, a escola moderna não é alheia, ainda no século XXI, daquelas influências filosóficas e ideológicas que lhe deram origem no século XVI. Fazer uma abordagem ilhada sobre o que significa hoje a escola, sobre todo pública, como instituição educacional, analisando-a somente com ente metafísico e não dialético seria um equivoco. A escola, como produto histórico das relações sociais da sociedade, nas suas diferentes etapas, está intrinsecamente relacionada às condições de produção e interesses econômicos hegemônicos, determinadas pelo modelo de sociedade e de estado, historicamente, imperantes.  Entendendo que determinados modelo de estado e sociedade podem ter vigências seculares, sem experimentar ruptura alguma, apenas reformas e reordenamentos políticos e jurídicos, mantendo em essência a estrutura que lhes sustenta.

 

Estudos do Léxico: “Com O Direito à Palavra – Dicionários em Sala de Aula”(?) - Romilda M. de S. Barbosa e Maria A. da S. Santandel:

 

O léxico de uma língua constitui uma forma de representar o universo, de consubstanciar a realidade. Ele guarda os conceitos em voga em dado momento na sociedade. Considerando a linguagem como um trabalho interativo e construção social, o dicionário é mais do que uma forma de nomear e classificar as coisas do mundo: é um “apoio na construção dos conhecimentos linguísticos”, Coroa (2011, p. 63). Assim, colocam-se questões pontuais ao docente de língua portuguesa: Que tratamento tem dado à palavra? Como o dicionário tem sido utilizado como recurso didático? Como apresenta ao estudante a relação entre léxico, cultura, sociedade? Que palavras tem ocupado seu discurso nas aulas?

 

A Linguística Enquanto Ciência - Maria A. A. Ribeiro e Marlon L. Rodrigues:

 

O presente artigo tem como objetivo elencar elementos que reafirmam a posição da Linguística enquanto ciência, mostrando primeiramente os estudos linguísticos que foram feitos antes de Saussure até a reunião de seus textos pelos alunos do curso e publicados como livro. Num segundo momento explanar sobre a definição de campo da Linguística, fazer refletir sobre a subjetividade da linguagem pela visão de Benveniste e por fim as considerações de Sírio Possenti sobre os campos da Linguística que apresentam maiores possibilidades de pesquisa de intervenção social para que a linguagem não seja lugar de discriminação.

 

O Discurso sobre Bloco Econômico com Sentido de Estratégia Estadunidense de Domínio sobre a América do Sul - Celso A. dos Reis:

 

É possível percebermos algumas iniciativas filosóficas em torno da determinação de um conceito para a palavra “verdade”. Pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento se arriscaram em atribuir-lhe um “sentido” (ORLANDI, 2013) plausível, com um “efeito de sentido” (idem) de padrão/definição. Nessa direção, encontramos o vocábulo (o léxico) dicionarizado em Houaiss (2009, CD-ROM), ainda nele alguns “sinônimos/variantes: autenticidade, axioma, realidade, sinceridade, veracidade, veras”.

 

O Uso De Mídias Digitais Nas Aulas De Língua Portuguesa: Blog E Hipertexto - Ângela M. dos Santos e Alline O. F. G. Além:

 

Estamos vivendo em uma época de constantes mudanças, provocadas pelo surgimento de novas mídias que estão inseridas em todos os aspectos de nossa vida, e como não poderia ser diferente fazem parte também do cotidiano de nossos alunos, nativos digitais, que querem encontrá-las em sua rotina escolar. A escola de hoje começa seu processo de transformação tecnológica com a aquisição de ambientes e equipamentos eletrônicos e preparação dos professores para lidar com estas novas mídias.

 

O Discurso Sobre o Uso das Novas Tecnologias na Escola - João P. de Oliveira:

 

Como sabemos a escola ao longo dos anos configurou-se como espaço de excelência ao que se refere os estudos discursivos. Isto, deve-se às diferentes correntes teóricas que emergem neste “espaço discursivo” (Pêcheux, 2009), causando uma certa tenção discursiva entre os “sujeitos” (Pêcheux, 2009) produzindo ditos que relacionam a perceptivas de ensino, métodos, didática, instrumentos de ensino entre outros.

 

Estratégias do Poder Disciplinar na Escola e o Assujeitamento Dos Alunos - Antonia A. J. Pedreira:

 

O presente artigo visa apresentar as principais contribuições do pensamento do filósofo Michel Foucault para a educação, comparando-as com as problemáticas da atualidade. Pois, Michel Foucault sendo um crítico da instituição escolar e, de suma importância, promovendo uma análise atual e propondo novas perspectivas para que se possa entender as instituições escolares e os sistemas de pensamento. De acordo com o filósofo a escola é uma das instituições de discurso de verdade e poder, mencionada em sua Obra: Vigiar e Punir (1975).

 

FOUCAULT E O TRABALHO INFANTIL: OS MITOS DO TRABALHO INFANTIL - Nancy A. C. de Oliveiria:

 

O presente artigo visa apresentar as contribuições do pensamento do filósofo Francês Paul Michel Foucault em relação aos principais mitos relacionados ao trabalho infantil na sociedade ainda nos dias atuais. Sendo essa uma das formas mais perversas e hostis de exploração da mão de obra infantil, tendo como defesa de grupos econômicos que mantem o discurso de que o trabalho é formativo e então “é melhor trabalhar do que ficar na rua à toa vadiando e ser presa fácil para a bandidagem”, tem como conceito principal as unidades enunciativas que se reconfiguram de acordo com as condições de produção mencionadas por Foucault.

 

Boa leitura!!!

 

Desta Terra de Campo Grande, janeiro de 2015.

 

Marlon Leal Rodrigues

Paulo Cesar Tafarello